sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Tsunami do Pacífico


Poesia é coisa engraçada

Fica aqui esquecida, coitada

Até que acabam as saídas

E escrevo, encurralado

Para exorcizar um diabo,

Expulsar de dentro o bicho

Correndo atrás do próprio rabo

Seja agora a poesia oráculo

Que me desvende, por Deus

O segredo dos encantos seus

Será feitiço, mandiga, magia

Encanto, prosa, vã poesia,

Macumba, sugestão, hipnose

Que agrava minha psicose?

Meu Deus, ela não faz nada

Mas que estrago ela faz...

Que arroubo quando sorri

E, Amazona, cavalga em mim

E se contorce como cobra

E me zombeteia, me goza

Mas nada disso explica...nem Freud!

Nem Nietzche e sua Salomé

Ela é engenheira demais pro meu gosto

Como gosto dessa mulher...

Eu fico assim tão psicólogo,

Me surta o poeta, me faço cantor

Me acomete um lirismo, um delírio

eu sinto vertigem, ela é colírio,

Não tem remédio, nem vudu

Que corte esse feitiço, esse exu

Fiz um brainstorm pra descobrir

A beleza, o sorriso, o encanto

A leveza, seu siso, meu canto

Me faz poeta, homem sensato

Menino gaiato, homem de fato

Ela me faz propostas loucas

Como namorar comigo à toa

Ela anda comigo no Pacífico

Ela é de lua cheia, fica virada

Qual Tsunami da minha praia

Ela me faz viajar, me leva à falência

Sem clemência nem decência

Passeia nas orlas do meu Atlântico
Ela me leva ao caminho de Santiago

A albergues, às vias de fato

Não sei onde vou parar nem se quero

O que quero é que ela me leve

Para o diabo que nos carregue

Para o céu, para os anjos, a Lua

Para a metafísica espúria

E que o resto vá pro inferno

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