sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Dilema de Páris




Páris, enfim, decidiu o dilema...
Entre amar Vênus e sorver Atenas
Diabo de mulher ou anjo apenas?
Ambas! Acabou-se o problema

Devorarei vossos corpos hermosos
perdendo-me no harém do vosso prazer
Beijando-as todas dos pés ao pescoço
E entre suas coxas me intrometer

Vis sedutoras, de que me acusais?
De cafajeste, ceder às beldades!
Escravo de Baco e seus festivais
Deleito no leito até a saciedade

No amar, como o mar, há naufrágios
Mas no peito, a despeito de sua dor
E da prevenção dos maus presságios
Prometeu traz a fama de sedutor

Essa comédia romântica nunca tem fim...
Sofro tanto de amores quanto causo dores
Ferem-me doces balas de festim

Como recusar-te, Vênus, o sim?
Se morro de amores, a mim levas flores
E renasço das cinzas qual arlequim!

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